23/09/2010

CIDADE DO SOL: Coimbra - Capital da Ciência

Tendo viajado até Coimbra, no final de Agosto, em trabalho, aproveitei também para visitar a cidade de modo a conhecer o seu património cultural.

Sugiro que num fim-de-semana parta à descoberta desta cidade sozinho, com amigos ou com a família. Aconselho a levar a máquina fotográfica, um guia da cidade, uma mochila leve e sapatos adequados a caminhadas.

Coimbra tem o potencial de agradar a todas as pessoas, atendendo à diversidade de locais de interesse a visitar. Para quem gosta de História pode conhecer a evolução da cidade ao longo do tempo e pode encontrar referências à ocupação do território por diferentes povos, como por exemplo, o famoso arco Almedina. Pode ainda deslumbrar-se com as maravilhas arquitectónicas dos edifícios, das muralhas, das muitas igrejas e das faculdades, apreciando a estética que embarca diferentes períodos como a Idade Média, Renascimento e Idade Moderna. A sinalética é um óptimo complemento para a compreensão do que está a ser observado, pois identifica os locais e informa resumidamente sobre a história dos mesmos. Para quem gosta de Literatura pode sempre relembrar-se da “Questão Coimbrã” e passar pelas casas onde habitaram ilustres portugueses, como o Eça de Queirós, havendo referências, assinaladas pela cidade, a muitos outros. Para quem se interessa por Ciência, opções não faltam. Esta cidade tem as mais antigas faculdades do país e, actualmente, a Universidade de Coimbra encontra-se em segundo lugar no ranking das universidades portuguesas, de acordo com a prestigiada empresa QS (1). Para além dos trabalhos de pesquisa realizados nas faculdades, encontramos o centro de investigação IMAR-Coimbra. Do IMAR ao Museu Zoológico é só atravessar a estrada. Aqui podemos observar um riquíssimo espólio científico com colecções muito antigas, algumas com mais de cem anos, dedicadas à natureza e biodiversidade de Portugal e ex-colónias. Das várias salas enormes com diversos animais em exposição, resultado de um bom trabalho de taxidermia, saliento uma interessante sala dedicada ao património malacológico (2) em que predomina uma valiosa (do ponto de vista científico) colecção de conchas. Saliento também a existência de uma sala dedicada às relações ecológicas no mundo natural, as adaptações ao meio e a evolução das espécies, sendo portanto uma secção de importante valor educativo. Informo que esta exposição do Museu Zoológico será alterada brevemente, pelo que sugiro a sua visita (3). Não muito longe do Museu Zoológico podemos encontrar o Museu da Ciência, situado no antigo Laboratorio Chimico. Neste museu existem duas exposições: uma é dedicada à evolução das espécies, em que saliento uma breve, mas importante, contextualização histórica, e o trabalho desenvolvido na área da genética dos caracóis, pela Dra. Rolanda Albuquerque de Matos, dedicado ao estudo da variabilidade intraespecífica nos gastrópodes terrestres da espécie Helix aspersa; a outra exposição dá mais relevo às Ciências Físico-Químicas, com múltiplas experiências interactivas, associando a física à biologia para explicar a evolução dos olhos no mundo vivo, e apostando na História das Ciências.

São, portanto, várias as razões para conhecer Coimbra, cidade que apresenta excelentes resultados ao nível da divulgação cultural e científica.

Notas:
(1) – (ver o blog De Rerum Natura)
(2) – Malacologia – área da zoologia dedicada ao estudo dos moluscos. Em Portugal é representada pelo Instituto Português de Malacologia (IPM).
(3) – Penso que o Museu Zoológico esteja encerrado ao fim-de-semana.

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