03/12/2010

ENSAIO: A Ciência e percursos comuns

A semana passada foi dedicada à Ciência e Tecnologia, razão pela qual se desenvolveram várias iniciativas de divulgação científica um pouco por todo o país: documentários televisivos, exposições nos Centros Ciência Viva com preços de entrada reduzidos, teatros protagonizados por investigadores, workshops, entre outros. Gostei de ver - gosto sempre de ver - a comunidade científica a mobilizar-se neste tipo de eventos, mas dá-me um prazer gratificante ainda maior constatar a adesão do público a este tipo de actividades. Todas as gerações estiveram presentes, dos mais idosos aos mais novitos. Os avós, os pais, ou os monitores explicavam às crianças, ainda demasiado pequeninas, um ou outro conceito mais complicado nas exposições, enquanto os infantes escutavam atentamente até entenderem a mensagem, momento após o qual esboçavam um sorriso. Deu para ver o fascínio estampado na cara dos mais novos quando se falava de ciência.
Hoje os temas que atraem os mais novos, talvez por serem os mais falados, são a genética, a astronomia (estudo de outras galáxias) e as nanopartículas. Há quinze ou vinte anos atrás os temas de conversa passavam pela anatomia/fisiologia (influências da série televisiva e colecção de fascículos "Era uma vez... o corpo humano"), a biologia marinha, a astronomia (estudo da nossa galáxia), e... os Dinossauros - estes animais que habitaram a Terra há milhões de anos, e que fizeram muitos jovens sonhar com uma carreira paleontológica. Tínhamos vários cientistas como modelos, que nos acompanhavam pela televisão explicando-nos os mais variados fenómenos ou elucidando-nos acerca dos últimos avanços científicos. No panorama internacional lembro-me do Carl Sagan e do Jacques Costeau, a nível nacional tínhamos o professor Galopim de Carvalho (paleontologia e geologia), o professor Carlos Fiolhais (com o "Livro Física Divertida" da década de '90), ou a professora Clara Pinto Correia (em programas de divulgação sobre clonagem ou sobre técnicas de reprodução medicamente assistida).
O último exemplo traz-me ainda mais recordações. Lembro-me dos textos divulgativos da autoria da professora Clara que líamos no Clube de Ciências, no ensino secundário; dos prefácios nos livros de ciências naturais; dos livros de divulgação científica; dos seus romances, sempre com um toque de ciência. Lembro-me que gostaria de a conhecer pessoalmente. E conheci, no curso de Biologia na Universidade Lusófona. Para além das aulas, frequentava os workshops que a professora Clara leccionava. Certa vez entrevistei-a para o boletim informativo do Núcleo de Alunos de Biologia. Alguns anos depois acabou por ser minha orientadora na tese de mestrado.
Hoje, por acaso, descobri um blog de alguém que também conheceu a professora Clara, que também a entrevistou, e que também acabou por seguir o curso de biologia. Há vidas que inspiram outras vidas. Deixo o link para visita: http://doaltodasminhassabrinas.blogspot.com/2010/12/entrevista-clara-pinto-correia.html 

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