Ciclo de Conferências
“Histórias da Imortalidade”
CULTURGEST/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Pequeno Auditório da Culturgest
De 5 a 9 de Abril
Ciência que vende jornais:
Sobre a Imortalidade e as suas novas roupagens
A Fonte da Eterna Juventude consta de praticamente todas as narrativas de viagem medievais, assim como a Pedra Filosofal consta de outros tantos manuais de alquimia. Temos connosco um legado riquíssimo, pratico e teórico, de filtros da vida eterna e de poções de imortalidade. Nos nossos dias, acreditámos, uma vez e mais outra, e mais outra, que as grandes vitórias da ciência iam proporcionar-nos um mundo muitíssimo mais agradável, ao mesmo tempo que os milagres da medicina iam oferecer-nos uma vida longa e digna, imensamente gratificante.
Tantas desilusões mais tarde, por que é que continuamos a acreditar num mesmo sonho, que no entanto sabemos ser parte integrante de uma mitologia humana com dezenas de faces? Agora é a clonagem terapêutica com cultura de células estaminais humanas que ai rejuvenescer-nos os órgãos, são as capacidades regenerativas dos répteis ou dos crustáceos que vão ensinar-nos a recuperar intactos de acidentes que de outra forma nos tornariam tetraplégicos, é um cientista português que garante nas notícias da manhã que seremos imortais daqui a cem anos, depois é um cientista americano que afirma que um século é excesso de zelo: mais vinte anos e a imortalidade estará assegurada. Isto, obviamente, vende jornais – e, como tal, prolifera nas capas das revistas, nas páginas centrais da imprensa, nas vozes da rádio, nas entrevistas televisivas (que, significativamente, nunca são debates): esta é a ordem do dia, e quase ninguém está em paz com ela.
Viver mais anos em boa saúde? Óptimo, mas quantos anos, a que preço – e alguém pressupõe que as condições de acesso ao bem-estar vão ser as mesmas em todas as partes do mundo?
E agora, vários degraus acima, quem é que quer mesmo viver para sempre? É verdade que ninguém gosta da Morte. Mas alguém está preparado para a Eternidade? O ciclo de Conferências “Histórias da Imortalidade” lida com todas estas questões, dos desenvolvimentos científicos aos enquadramentos religiosos.
O Encontro, logo a seguir à Páscoa, tem 3 blocos distintos:
Bloco 1: das 15.45 às 16.45:
Comunicações mais para debutantes ou colegas de poucas palavras, de 15 minutos cada seguidos de um máximo de 10 minutos de debate. Estas inscrições requerem inscrição, com envio título, CV de 1 parágrafo e abstract de 1 parágrafo). As inscrições podem ser feitas para
mfn@uevora.pt
ou para
sec.biologia@gmail.com até 28 de Fevereiro de 2010.
Bloco 2: das 17 às 18:
Comunicações para seniores (por convite), com tempo igual de palestra e conversa com o público (aproximadamente 30 min. para cada parte). O alinhamento previsto é o seguinte:
Dia 5 –– Ana Maria Rodrigues (Dept. História FLUL)
Imortalidade na Idade Média
Dia 6 –– Paulo Mendes pinto (FFUL/ULHT)
A imortalidade nas religiões do mundo
Dia 7 -- Eduardo Crespo, FCUL
A tanatologia do desenvolvimento
Dia 8 –– (a anunciar)
Dia 9 –– (a anunciar)
Comunicações acompanhadas por título, abstract, texto integral (para publicação) e CV de 1 parágrafo.
Bloco 3: das 18.30 às 20.00
Palestras de 1h com 30 min de debate, por convite:
5 -- Clara Pinto Correia
Viver para sempre, moda e credulidade
6 -- Peter Stilwell
A imortalidade na mitologia cristã
7 -- Teresa Avelar
Evolução e imortalidade
8 -- Ana Paula Guimarães e Francisco Vaz da Silva
Imortalidade na tradição popular portuguesa
9 -- Dominic Poccia
The American "War on Cancer": a concise history of bootlegging
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